lundi, mai 11, 2009

É, vai chover de novo.

Depois de um retorno após três anos de distância, nada mais faria tudo ruir. Era o que parecia, no começo. Dessa vez, de forma sutil, o "tudo" veio cada vez esfriando mais, entretanto. Bem verdade é que tentativas enganosas de culpar a falta de tempo da vida adulta eram eleitas, muitas vezes, como uma forma de autoinjeção de ânimo. Não haveria outro motivo alheio a este: era por causa dela. Ela, que nem sempre fora a mais sensata das criaturas, mas que sabe-se lá com que lábia manipulou a situação de modo a lhe favorecer, e lá se foi tudo de novo - mas assim, de forma disfarçada, aos poucos. Nenhum acontecimento chocante: apenas tudo parecia ruir lentamente. O pior pesadelo. Tantos foram os anos de cumplicidade!

Mas a cumplicidade alheia falou mais alto: nessa história só há lugar para um(a) cúmplice.

dimanche, mai 03, 2009

Opereta

Como som de violino arranhado: era assim que se sentia. Ou melhor, era assim que sentia como lhe encaravam. Era transparência demais para uma pessoa só. Diziam-lhe que não podia sair por aí cortando o barato de tudo, estragando aparentes momentos de perfeição que eram vividos pelos outros.

Violino arranhado... Sempre le gustaron as metáforas. O que não agradava muito eram as críticas sem fundamento. Seu mundo arranhado parecia-lhe muito mais convincente do que aquele, cheio de magia, ao qual preferiam os outros. Vivera sempre de verdades: como uma música que realmente para no meio, se algo não está bom. Não importava se houvesse um público ansioso pelo final. Se necessário, falaria a verdade, doesse a quem doesse.

Doesse à vara ou ao violino.