vendredi, décembre 09, 2011

Destino

Sexta-feira. Ônibus vazio às seis da tarde, indicando que é final de semestre. Retorno de uma semana não tão cheia de aulas, mas com a cabeça muito cheia de trabalhos, provas e intemperismos do dia a dia. 
Sem que eu visse entrar pela janela, uma flor lilás cai no meu colo. 
Ganhei o dia. 

jeudi, novembre 17, 2011

Outros olhos - II

- Vento...

- Ai... o que foi agora, menina?

- Não, não estou triste de novo. Mas... lembra daquilo que tu me falou sobre aprender a enxergar outros tipos de beleza?

- Com certeza. Às vezes, certas coisas que acontecem podem ser um bom motivo para que aprendamos mais uma lição de vida.

- Pois é. Depois que reclamei da ausência da flor lilás, ela apareceu. Fiquei muito feliz. Mas, nisso, pensei: "bem que eu podia tirar uma foto daquela árvore ali da esquina, que tá com umas flores amarelas lindas...".

- Muito bem! E então...?

- Só que acabei aprendendo outra lição, amigo Vento: quando finalmente decidi valorizar a flor amarela... ela já não estava mais lá!

- É... nem tudo são flores, menina.

mercredi, septembre 28, 2011

Outros olhos

- Ando meio triste.

- O que aconteceu?

- Ah, é aquela flor lilás, sabe... Todos os anos, nem bem chega a primavera, ela já está por aí, cumprindo o dever de colorir o céu e o chão. Cumprindo, sem querer, o dever de me deixar feliz. Mas esse ano ela ainda não apareceu.

- Tu não gosta de outras flores?
- Gosto! É que... talvez eu nunca me contente com pouco, é isso.

- ... As flores cor-de-rosa são pouco?

- Não... mas as lilás sempre aparecem! Por que agora seria diferente? Me diz!

- Para te fazer ver outras belezas, é possível que a flor lilás tenha sido soprada para outros lados - respondeu o vento.

lundi, août 22, 2011

Vingança?

Diante do altar, quando ela finalmente, depois de anos, havia resolvido dizer o esperado "sim", o padre pergunta se alguém é contra a união:

- Eu - surpreende o noivo.

vendredi, mars 18, 2011

2 (lições) em 1

Continuo acertando ao esperar sempre o pior. Não concordo com o tom pejorativo de ser "negativa". As pessoas realmente acham que é só "pensar positivo", que uma mágica metafísica vai alterar um acontecimento (que ainda nem aconteceu!) apenas porque a gente desejou? Ora, faça-me o favor. Ganho mais esperando o pior. Vai ser, no máximo, isso: pior. Mas, pior do que isso, não. O que realmente me mata, e nisso talvez as pessoas sejam diferentes, é uma expectativa frustrada. Aí sim, não há lucro nenhum. É uma grande sacanagem do otimismo, eu diria. Nos dedicamos exaustivamente a ele... pra quê? Pra tudo dar errado.
Espere sempre o pior! Com o tempo, os fatos te mostram que não é bem assim e tu ainda aprende a reconhecer os próprios erros  :)

Canción Paranaense

Al suelo se viene el cielo
lila del Jacarandá
al suelo donde va el paso
solitario del soñar
Con el andar distraído
pisando las flores va
Un amante de la rama
en flor del Jacarandá.
De flor lila se ha vestido
la gracia de Paraná,
y una muchacha acostada
se me antoja la ciudad
Una muchacha dormida
- lila en la flor de la edad -
toda graciosa y curvada,
durmiendo a todo soñar
No la despiertes, Noviembre,
Aunque enamorado estás,
déjale en flor ese sueño,
no vaya a recordar
el lila en que se ha dormido
junto al río, la ciudad

Carlos Alberto Alvarez

lundi, février 21, 2011

Flor que se cheire?

Ela tinha razão... não há flor que não se cheire.
Acontece que algumas dão alergia. Outras, nem fedem nem cheiram.
Não importa! Lá também tem Jacarandá. E lá vou eu, em busca de outras flores que se cheirem, que não deem alergia, mas... por favor: ou fedam ou cheirem!

mercredi, février 02, 2011

O cúmulo do choro

Não chorava pelo motivo em si.
Chorava por lembrar do quanto chorou
pelo motivo em si.

vendredi, janvier 28, 2011

Ahora quien se va soy yo

O verão é bonito. Esconde, por trás de um sol impiedoso, a beleza e o fervor de uma época em que toda hora é hora e todo dia é dia pra tudo. Muita coisa acontece em um inocente verão: novas ideias, novos momentos, novas pessoas... que vêm e vão, deixando sempre um todo delas, levando sabe-se lá o que de nós! E por que querer saber? Por que esse desejo de uma cruel (in)certeza que em nada modificará o que passou? Para que seja possível imaginar o outro lado, deve-se viver esse outro lado.
Así que ahora quien se va soy yo.

jeudi, janvier 20, 2011

Variação ou Mudança?

Assim como uma mudança linguística, a mudança no ser humano costuma também ser lenta, gradual, contínua e regular. Lenta, porque, assim como na língua duas formas diferentes de se dizer a mesma coisa coexistem durante certo tempo - para, apenas depois desse estágio, uma delas ser eleita pelo falante como a mais apropriada e, portanto, representar um caso de mudança -, na vida real também passamos por essas etapas, que duram algum tempo. Gradual, justamente pelas etapas em si: o tempo é constituído por estágios que mostram uma progressão, ou seja, que a mudança acontece aos poucos. Contínua, porque, ao iniciar um processo de mudança, a tendência é que ele não regrida ou pare no meio,  mas que siga em frente, já que não se trata de variação estável, mas de mudança em progresso. E, finalmente, regular, porque, ao mudar-se alguns aspectos em determinados momentos, essa mudança também se aplicará a outros momentos, seguindo certa regularidade característica de uma mudança.

Me parece que essa teoria toda se aplica também às pessoas. Elas também mudam. As do passado e as do presente. Além disso, deixa clara a distinção entre oscilação de personalidade e mudança efetiva, mas não definitiva... Ainda que algo ou alguém seja de determinada forma por certo tempo, uma certeza existe: todo cambia