dimanche, avril 26, 2009

Terapia?

Cada um tem a sua. Uns pagam fortunas por semana para conversar com alguém que talvez precise mais ainda de alguém para conversar do que o próprio cliente em questão. Outros, não tendo e$$a opção, fazem artesanato para vender na rua. Existem, porém, muitos casos mais complexos. A pergunta é: quem se entende completamente? Quem sabe de seus gostos, de suas aspirações e, para completar o clichê, de seus medos? Suspeitamos, no máximo. E se por acaso chegamos perto da compreensão, logo já muda tudo. Tem algo estranho que nos foge à razão, e muitas vezes é tão inconsciente, que não passa de uma possível pulga atrás da orelha. Ou parece não passar, e é justamente isso o intrigante! Como descobrir, como decidir se certas atitudes devem ou não ser tomadas? Escrevo de forma genérica que é para tratar de um tema bem genérico, mesmo. Antes fosse genético; assim, a culpa não seria minha, digo, nossa.

Ou todo mundo tem problemas sérios, ou ninguém tem nenhum. É tudo tão relativo quanto a fidelidade de Capitu, com o perdão de mais um chavão. Não tentemos entender, portanto, algo que não se explica em consulta alguma, fazendo regressão ou não. Deixa o espírito, ele não está tão mal assim. É só na hora que parece. Aos trancos, todo mundo se cura. Uma boa conversa, é claro, não atrapalha em nada. Disso sim, devemos abusar. É de graça. Trauma de verdade, para mim, seria a conta de um psiquiatra, no final do mês.

mercredi, avril 15, 2009

O paradoxo dos prazeres

Para não começar dizendo que tudo o que é bom dura pouco, permita-me refletir sobre algo mais complexo ou mesmo biruta: o que é bom?

Não são poucas as vezes em que, ao protagonizar situações nas quais deixamos de obter as vantagens ou os prazeres de sempre, julgamo-nos azarados. Passado um tempo, o trauma acaba virando lição de vida. Estou errada? Ser-humano algum admitirá, no passado em questão, que não sabe o que é melhor pra si. E está mais do que certo. Na hora, sempre sabemos. Entretanto, mais além, não só os outros sabem como nós mesmos sabemos que nada sabíamos. E daí?

Que bom. Assim, a sensação de azar passado fica apenas nesse (remoto ou não) passado. A impressão de aprendizado impera diante desse confuso paradoxo entre certo & errado. Ah, mas antes de dar errado... Como é bom! Um sentimento "bom", seja qual for, não está preocupado em ser legítimo ou consequente. Se parar pra pensar, estraga. Ele quer se sentir e sentir ao outro, por completo e sem medo, como se qualquer desconfiança de alguma relatividade arrancasse de vez essa certeza intensa - e, por vezes, assustadora - de que era o momento perfeito.

Talvez esse paradoxo todo seja como a saudade de algo de que não fazemos questão que volte - e isso é uma das melhores coisas que se sente, tão-somente por se sentir. Sem cobrança. Fica só na lembrança.

Tudo a seu tempo: que os prazeres do passado tenham eternamente o seu lugar na memória, não importando se já não são mais verdadeiros ou se ainda são. No futuro, cabe a eles a decisão de continuarem encantadores ou de apenas ficarem na história.

samedi, avril 04, 2009

Em cima do muro

O que sempre transmito aqui são opiniões, entretanto... lá vai: todo mundo adora ter uma opinião. Sobre tudo quanto é assunto, sempre tem-se demasiadas colaborações que renderiam um debate, não fossem elas tão infundadas. Exemplo: a Reforma. PAREM DE PERGUNTAR SOBRE A REFORMA ORTOGRÁFICA! Eu não quero falar desse assunto. Tem quatro anos, ainda. Te acalma. Também não quero saber quem concorda com ela, quem não concorda, quem acha que só querem dificultar ainda mais a nossa vida (que maus são "eles"...), quem acha que não vai conseguir se acostumar(...) Quem acha isso é porque não redige mais do que a lista do supermercado. Pronto, falei. Hoje estou terrível. Sou capaz de dizer, inclusive, que a fala não vai mudar. Vejam só! Não staremos a flar como em PurtgaL e nem Cab Vérd flará como nós. Todos continuaremos a flar linguiça da mesma forma (espero).

Vamos ao que importa: eu nem sempre tenho uma opinião. Sério. Isso é uma opinião, claro, mas não me enlouqueçam, essa opinião é, na verdade, a presença da ausência de uma opinião. Por favor, não se force a pender para algum lado, porque geralmente esses ditos lados convergem, daqui a pouco. Posicionar-se sobre todas as situações pode se tornar embaraçoso quando não houver necessariamente um posicionamento. Senta no muro e enche o peito pra dizer que não sente nada pela Madonna ou pelo Michael Jackson, por exemplo! Afinal de contas, por acaso eles sentem algo por ti?