mardi, octobre 05, 2010

Não há flor que não se cheire

-Ei! O que é aquilo ali no chão? Me parece algo lilás. 
Peraí... Mas já?  

(Ela para em pleno meio-fio, a mirar fixamente um ponto arrouxeado. Seu olhar é perplexo, mas de uma perplexidade com semblante satisfeito. Imediatamente, dando-se conta do que era, trata de investigar a seu redor se haveria mais daquelas. 

Nada. Fixa novamente o olhar naquela única e ousada flor lilás, que não só já viera ao mundo como também já viera ao chão. Por fim, já sentindo sabor de primavera, tirou o olhar do solitário pontinho lilás e seguiu suspirando (discretamente) pelos paralelepípedos que, em breve, seriam novamente ruas da flor lilás).