mercredi, avril 02, 2008

Competição além-espírito II

Ó, parede companheira
Juraste infidelidade alheia?
Confio em ti e sei que não me faltarás.

A parede que encurrala é a mesma que, um dia,
ataca o inimigo, afinal.
Vamos, parede, constranja, oprima!

Eu, que tenho (quase) toda a liberdade dessa sala,
posso contemplar os pássaros no céu.
Escolhi a janela e não tu, ó parede contraditória...

...por que permaneces em pé?


Toda parede faz um jogo psicológico. Se impõe, firme, até afastar os males pra bem longe.

3 commentaires:

Anonyme a dit…

bicinho =*

Anonyme a dit…

é lindo o teu poema...vou retribuir...

Canção de alta noite

Alta noite, lua quieta,
muros frios, praia rasa.

Andar, andar, que um poeta
não necessita de casa.

Acaba-se a última porta.
O resto é o chão do abandono.

Um poeta, na noite morta,
não necessita de sono,

Andar...Perder o seu passo
na noite, também perdida.

Um poeta, á mercê do espaço,
nem necessita de vida.

Andar...enquanto consente
Deus que seja a noite andada.

Porque o poeta, indiferente,
anda por andar-somente.
Não necessita de nada.

Cecília Meireles

chat noir avec...

Anonyme a dit…

São Binidito Zizus Cristinho! Mademoiselle, perdão que eu apele assim mas... porra (como dizem os cariocas 30 vezes ao dia), é um dos teus melhores textos. Lembrou-me um Fernando Pessoa, não menos. Só que com humor, coisa que o Pessoa não tinha exatamente. Publica esse texto, correndo. Publica, é uma ordem! (Rsrsrsrs.)

Senão eu publico...

A admiração do

teu mais recente (e freqüente) leitor.