Ó, parede companheira
Juraste infidelidade alheia?
Confio em ti e sei que não me faltarás.
A parede que encurrala é a mesma que, um dia,
ataca o inimigo, afinal.
Vamos, parede, constranja, oprima!
Eu, que tenho (quase) toda a liberdade dessa sala,
posso contemplar os pássaros no céu.
Escolhi a janela e não tu, ó parede contraditória...
...por que permaneces em pé?
Toda parede faz um jogo psicológico. Se impõe, firme, até afastar os males pra bem longe.
Juraste infidelidade alheia?
Confio em ti e sei que não me faltarás.
A parede que encurrala é a mesma que, um dia,
ataca o inimigo, afinal.
Vamos, parede, constranja, oprima!
Eu, que tenho (quase) toda a liberdade dessa sala,
posso contemplar os pássaros no céu.
Escolhi a janela e não tu, ó parede contraditória...
...por que permaneces em pé?
Toda parede faz um jogo psicológico. Se impõe, firme, até afastar os males pra bem longe.
3 commentaires:
bicinho =*
é lindo o teu poema...vou retribuir...
Canção de alta noite
Alta noite, lua quieta,
muros frios, praia rasa.
Andar, andar, que um poeta
não necessita de casa.
Acaba-se a última porta.
O resto é o chão do abandono.
Um poeta, na noite morta,
não necessita de sono,
Andar...Perder o seu passo
na noite, também perdida.
Um poeta, á mercê do espaço,
nem necessita de vida.
Andar...enquanto consente
Deus que seja a noite andada.
Porque o poeta, indiferente,
anda por andar-somente.
Não necessita de nada.
Cecília Meireles
chat noir avec...
São Binidito Zizus Cristinho! Mademoiselle, perdão que eu apele assim mas... porra (como dizem os cariocas 30 vezes ao dia), é um dos teus melhores textos. Lembrou-me um Fernando Pessoa, não menos. Só que com humor, coisa que o Pessoa não tinha exatamente. Publica esse texto, correndo. Publica, é uma ordem! (Rsrsrsrs.)
Senão eu publico...
A admiração do
teu mais recente (e freqüente) leitor.
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